Morbilidade associada a linfadenectomia cervical lateral em oncologia tiroideia - um estudo retrospectivo
Autores
Patricia Bernardo, Pedro Gomes, Ricardo Nogueira
Resumo Introdução
A extensão da linfadenectomia cervical lateral permanece controversa. Em oncologia tiroideia, as taxas mais elevadas de metastização ganglionar incluem os níveis III (77%), IV (62%) e IIa (49%), sendo a metastização para o nível Va pouco frequente (7,9%). Estudos demonstram ausência de benefício com a dissecção profiláctica do nível Va, isto porque a morbilidade é significativa e deve ser considerada.
Resumo Métodos
Estudo observacional retrospectivo, descritivo e unicêntrico, analisando doentes internados em regime electivo de janeiro de 2017 a abril de 2022. Género, idade, diagnóstico, comorbilidades prévias, CAAF pré-operatória, extensão da linfadenectomia e resultado anatomopatológico. Número de doentes com diagnóstico clínico de parésia do nervo espinhal.
Resumo Resultados
Foram estudados 198 doentes. Idade média 54 anos, com predomínio do sexo feminino (66%). Dos vários diagnósticos histológicos, destaca-se o carcinoma papilar (92%). O exame anatomopatológico da linfadenectomia selectiva (níveis II-V) foi em 65% dos casos negativo para metastização no nível Va, e destes, 29% foram diagnosticados com parésia do nervo espinhal.
Resumo Discussão
O mais adequado parece ser tailored lymphadenectomy, dirigida à extensão da doença. A lesão do N. XI é a complicação mais frequente com impacto na qualidade de vida dos doentes.