Intestino delgado: o inimigo escondido
Autores
Beatriz Cordeiro; Tamiris Mogne; Guilherme Santos; Natacha Andrade; Filipa Pinto; Andreia Branco; Miguel Brito; Hugo Capote
Resumo Introdução
Apesar da sua extensão, só 3% dos cancros digestivos têm origem no delgado, a maioria adenocarcinomas. A sua deteção ocorre sobretudo numa fase avançada devido à ausência de sintomas precoces, sendo 40% detetados em oclusão, diminuindo a taxa de sobrevivência
Resumo Métodos
Apresentação de caso clínico e revisão da literatura do ADC do delgado
Resumo Resultados
Mulher, 58 anos, recorreu ao SU por vómitos e prostração há 6 meses, com perda de 20 kg. Várias idas ao SU, tendo realizado endoscopia e TC abdominopélvica, sem alterações. Doente desnutrida e desidratada, com edemas dos membros inferiores e com alterações hidroeletrolíticas graves. Internada para estudo. Em D2, inicia vómitos fecaloides e realiza TC abdominopélvica, que mostrou marcada distensão de ansas por lesão ileal neoformativa. Proposta para laparotomia exploradora na qual se identificou oclusão por tumor jejunal. Submetida a resseção segmentar com anastomose L-L mecânica. O exame da peça revelou tratar-se de ADC do delgado, R0, pT3N0. TC de estadiamento, sem metastização (M0). Após um internamento prolongado, com múltiplas intercorrências graves parcialmente potenciadas pelo mau estado nutricional, a doente teve alta, encontrando-se melhorada e assintomática.
Resumo Discussão
O ADC do delgado é raro, sendo frequentemente detetado em estádios avançados devido à baixa frequência e especificidade dos sintomas e baixo nível de suspeição. Serve este caso para relembrar a sua importância, permitindo um diagnóstico mais precoce, diminuindo a morbimortalidade associada