Bócio mergulhante pós tiroidectomia total - uma abordagem multidisciplinar
Autores
Pedro R Ponte; Aldara Faria; Telma Calado; Francisco Félix; Mariana Antunes; Pedro Rodrigues; Agata Nawojowska; Marion Gaspar; José Maria Ratinho
Resumo Introdução
Mulher, 74 anos, com antecedentes de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, é submetida a tiroidectomia total por bócio multinodular compressivo com desvio da traqueia em dezembro de 2019. Em consulta de seguimento, há persistência de valores aumentados de TSH, pelo que é feita ecografia cervical - sem aparente recidiva na loca cirúrgica. Fez TC-torácica que mostra uma volumosa massa mediastínica anterior com 10x6x10 cm compatível com bócio restrosternal restante com moldagem dos troncos supra-aórticos, artérias carótida e subclávia esquerdas, assim como do arco aórtico e veias jugular esquerda e cava superior.
Resumo Métodos
A utente foi submetida a tiroidectomia restante por esternotomia com perdas estimadas intra-operatórias de 1500 mL com necessidade de transfusão de uma unidade de concentrado eritrocitário.
Resumo Resultados
A utente teve alta ao 3º dia pós-operatório com hemoglobina estável e sem hipocalcémia. À reavaliação 1 mês após, tem pequena desicência superficial da ferida, em cuidados de penso e a patologia é compatível com tecido tiroideu multinodular, econtrando-se com TSH suprimida.
Resumo Discussão
Os bócios retrosternais são entidades raras, que podem ser definidas como presença de >50% de tecido tiroideu abaixo do opérculo torácico. Estes são normalmente secundários (crescimento intratorácico de tecido tiroideu cervical) e do mediastino anterior. Este é um caso raro, com necessidade de abordagem esternal, apesar do elevado risco de morbimortalidade associado à mesma.