Esplenectomia de Baços Acessórios em Doente com Síndrome de Evans: Uma Abordagem Eficaz
Autores
Rita Andrade, Mariana Cruz, Tiago Antunes, Inês Prior, Ana Ruivo, Ricardo Martins, José Guilherme Tralhão - Serviço de Cirurgia Geral ? ULS Coimbra
Resumo Introdução
Os baços acessórios são uma condição congénita presente em até 30% da população, frequentemente assintomáticos. Contudo, em doentes esplenectomizados por doenças hematológicas, podem manter a função esplénica residual, comprometendo a eficácia do tratamento e perpetuando sintomas como trombocitopenia. A sua identificação precoce é crucial para melhorar o controlo da doença em situações refratárias.
Resumo Métodos
Doente do sexo feminino, diagnosticada com síndrome de Evans em 1996, submetida a esplenectomia no mesmo ano por refratariedade ao tratamento médico. Apesar do procedimento, manteve trombocitopenia persistente, com contagens plaquetárias progressivamente decrescentes nos anos subsequentes (plaquetas <20 G/L em 2024, apesar de corticoterapia). TC abdominal de 2012 identificou dois baços acessórios (25 mm e 8 mm). Nova TC em 2023 revelou aumento significativo das dimensões (36 mm e 21 mm), sugerindo atividade funcional persistente. Foi submetida a esplenectomia, sem complicações.
Resumo Resultados
O exame anatomopatológico confirmou baços acessórios, evidenciado pela presença de cápsula bem definida e organização típica do parênquima esplénico. A doente teve alta no 3.º dia pós-operatório.
Resumo Discussão
Este caso sublinha a relevância da pesquisa de baços acessórios em doentes com resposta insuficiente à esplenectomia inicial, destacando o papel fundamental da cirurgia na gestão de condições hematológicas refratárias.