Carcinoma medular do cólon: uma instabilidade vantajosa.
Autores
Mariana Cruz; Vânia Almeida; Ana Catarina Almeida; Pedro Silva-Vaz; José Guilherme Tralhão
Resumo Introdução
O carcinoma medular do cólon (CMC) é um subtipo raro de adenocarcinoma, com incidência estimada de 0,03% entre todos os carcinomas colorretais. Apesar de clinicamente inespecífico, a sua microscopia é característica, com ausência de estruturas glandulares bem definidas sobre um estroma rico em linfócitos.
Resumo Métodos
Apresentamos um caso de uma mulher de 83 anos com períodos de diarreia diária e dor abdominal esporádica com meses de evolução. Na colonoscopia foi efetuada biópsia de lesão do cólon direito. Fez TC, sem sinais de metastização à distância. Efetuada hemicolecto-mia direita laparoscópica, sem intercorrências.
Resumo Resultados
O estudo anátomo-patológico revelou o padrão microscópico típico, sem expres-são de CK20 e CDX2 nem marcadores neuroendócrinos. Verificou-se alta probabilidade de ins-tabilidade de microssatélites (MSI), com perda de expressão das proteínas MLH1 e PMS2, com expressão de BRAFV600E, indicando provável etiologia esporádica. O estadiamento foi pTNM: pT2 N1c. IVL (+), MSI.
Resumo Discussão
A presença de MSI nestes tumores permite a consideração de terapêutica dirigida, como os inibidores de checkpoint imunológico. Tendo em conta o estádio da doença e a idade da doente, não existiu indicação para quimioterapia adjuvante. Atualmente a doente encontra-se atualmente sob vigilância clínica regular. O correto diagnóstico deste subtipo de carcinoma é crucial, uma vez que se associa a um prognóstico mais favorável.